quarta-feira, 25 de julho de 2007

Pergunto-me...


Por mais que me ponha a pensar, por mais voltas que dê à cabeça, permaneço na mesma dúvida. Assolam-me as mesmas questões e não consigo vislumbrar uma ponta de lógica nesta nova intenção do Ministério da Educação. E a questão é a avaliação do desempenho dos professores mediante os resultados dos alunos. É, a meu ver, um inequívoco disparate.

Não sou professor, não sou pai, mas já fui aluno e isso obriga-me a ser transparente na análise.

Quantas vezes fui medíocre em certas disciplinas, por não ter paciência, por não ter vontade e até porque preferia fumar uns cigarros, durante aquela hora, a ter de assistir à aula de um professor com o qual não simpatizei. Um professor, que pelo que me consta trabalha árduamente para vencer verbas precárias que não estimulam as aulas, lutam contra o insucesso que se arrasta de um ano para o outro, que reínvidicam também os seus direitos que estão sendo postos em causa, que se vêem a braços com os destacamentos onde o ministério lhe aprouver, que morrem sem conhecer uma reforma, que se desunham em desdobramentos de horários, que fazem as vezes de colegas de pedagogia diferente da sua só para que os "meninos" não se tresmalhem nos cafés... ó senhora Ministra, dê uma olhadelazinha nos meninos de outrora que tinham professores de peso, que para além de ensinarem o "bê-à-bá", ensinavam a postura, os valores e a dor do ponteiro no traseiro. Embora um pouco exagerado, os meninos faziam-se Homens, estavam com a matéria sabida na ponta da língua e eram garantia de um futuro são.
Agora o que se quer fazer é deitar por terra a sabedoria de quem prestou provas de ser capaz de leccionar, de quem se esforça por fazer um bom trabalho, que se vê a braços com uma carga de injustiças e que se fosse eu, minha senhora, despedia-me e ia procurar uma vida nova além fronteiras. Aliás foi o que fiz!

Ideias precisam-se para melhorar, não para dar razão a uma serie de vilões (que é como vejo uma boa parte dos alunos) que nem aprendem nem deixam outros aprender e passados poucos anos andam encostados às esquinas na malandragem. É o resultado que dá todo este facilitismo que começa na família e acaba nestas medidas.
Num estado que tanto apregoa a democracia, os direitos e os votos, deveriam ter atenção porque estes malandros não irão mostrar o seu desagrado a votar, mas sim a atirar petardos contra os políticos que estão transformando estes monstrinhos em terroristas.

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