
É que apesar de já termos uma grande taxa de licenciados, doutores e outras designações pomposas, ainda não temos aquilo a que se chama cultura de base, e, portanto, é de todo incompreensível para o "tuguinha" entender arte contemporânea, ainda mais quando é bombardeado com filmes comerciais de toda a espécie.
Aqueles ambientes longos, silênciosos, onde a imagem é que fala por si, é uma "seca" para um cine-espectador que está habituado a correr os olhinhos pelas legendas.
Como diz o senhor Manuel das colunas (um cafézinho meio espelunca e hortaliças aqui por debaixo da minha casa) : - É mais fácil chamar vizinho a toda a gente pois assim não tenho de puxar pela cabeça para dizer o nome das pessoas... enfim, um "nharro".
Aqui aplica-se o mesmo príncipio, é mais fácil correr legendas que apreciar imagens e tirar delas um partido único.
Todos valorizam, além fronteiras, o trabalho deste ancião que por dentro é um génio e fá-lo transparecer na tela, mas cá dentro é desapreciado. O mal não está no trabalho de Manoel de Oliveira está antes na ignorância de cada um.
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