segunda-feira, 21 de julho de 2008

Europa das costas largas

Já não é como era o nosso Portugal. Chamem-me "velho do restelo", mas as mudanças nem sempre são bem-vindas, como podemos constatar. Sei que agora é bem mais fácil falar, mas eu nunca vi esta entrada na Europa com bons olhos.
Esta moeda única, este penhorar a alma ao diabo. Agora somos mais pobres que nunca, menos donos do que é nosso. E quando algo não vai de feição a culpa é das directrizes Europeias. "Se olharmos para países como... temos os mesmos problemas" e é assim que se justifica o injustificável, pelo menos é assim que os nossos dirigentes se explicam.
Nas ruas mais criminalidade, em casa menos qualidade de vida, no trabalho menos oportunidades e mais precariedade salarial, mais dívidas, créditos por pagar, corrupção ao nível da mafia italiana (aliás a máfia italiana começa a ser aprendiz de feitiçeiro ao pé de nós) ... afinal onde é que vamos parar se ninguém contrariar o andamento deste "comboio"? não há resposta.
Não há justificação que a Europa não possa arcar com culpas. Não há empenhamento político, não há vontade, não há dignidade, não há respeito pelas pessoas... não há nem sei se irá haver enquanto eu viver.
Fomos sempre mercadores e nunca empreendedores. O nosso discurso é um discurso desgastado e sem projecto de futuro. Falam das familias endividadas, mas cometem eles mesmo esses erros ao encomendar projectos TVG's e Aeroportos no deserto. Querem mostrar obra sem capacidade económica para o fazer.
E eu olho para Portugal e entristeço-me. Somos mais deles que nossos. Todos têm ideias de como valorizar o Alentejo, o interior e vêm para cá, Espanhóis e Alemães, Ingleses e Holandeses e valorizam núcleos produtivos no abandono das planícies alentejanas, viveiros de plantas, agricultura, turismo rural etc etc. E nós... nada!

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